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Muito além da medida errada no copo: um balanço do Mondial de la Bière de 2017

16/10/2017 Fonte: O Globo - Blogs

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Foram cinco dias, 50 mil pessoas, 1.200 rótulos de 159 cervejarias (e 25 mililitros de polêmica) no Píer Mauá. Com números enormes, o Mondial de la Bière se estabelece a cada ano como o grande evento de cerveja artesanal do Brasil, dominando a agenda do segundo semestre e dividindo em importância o calendário anual com o Festival Brasileiro da Cerveja, em Blumenau. Faz do Rio um protagonista no cenário brasileiro de cerveja, e assim foi na edição de 2017.

Neste day-after regado a muita água e um enorme cansaço, o AQUI SE BEBE dá seus pitacos sobre o evento. O copo com medida errada é assunto obrigatório, mas não é único. Em linhas gerais, o impacto do evento me parece assombrosamente positivo tanto para criar público, difundir a cultura e instigar cervejeiros locais a fazerem grandes cervejas. A seguir, faço algumas considerações, que, vale deixar bem claro, são opinões pessoais minhas:

- Para início de conversa, é importante lembrar que quem curte cerveja fica até emocionado em ver um evento com público tão diverso, de superinteressados iniciantes aos beer geeks caçadores de rótulos mirabolantes. Não é fácil mobilizar tanta gente, poder público, imprensa e causar o impacto que o Mondial consegue. É um ponto positivo forte, muito forte para o evento.

- De 2013 para cá, o Mondial mudou muito. Uma coisa permanecia intacta: a curitibana Bodebrown sempre teve as maiores filas. Em alguns anos, eles nem sequer abriam o estande no último dia já que a cerveja acabava nos dias anteriores. Em 2016, algumas cariocas equilibram essa procura e me parece que o jogo virou neste ano. Estandes de cervejarias do Rio, como Three Monkeys, 3Cariocas e Hocus Pocus, eram os mais cheios do evento - ainda que a Bodebrown continue sempre muito movimentada.

- Se as cariocas já tem um público fiel, a marca deste Mondial foi o salto de qualidade. As cervejarias do Rio produziram uma grande variedade de bons rótulos. O que chegou a ser um problema, já que foi impossível provar todos os lançamentos. Em geral, nota-se uma influência grande daquilo que de mais novo que se faz nas cervejarias "bola da vez" dos EUA. Quem não curte acidez ou tenha rejeição à lactose teve o leque de opções significadamente reduzido.

Na minha humilde opinião, esse quinto ano do @mondialdelabiererio marcou uma melhora significativa da produção do Rio - são muitas cervejarias fazendo coisas muito boas. Maaaaas ontem teve um rolé forte off-Rio com @way_beer (PR), @lohnbier (SC), @maniba.rs (RS), @seasonsbeer (RS), @suricato_ales (RS), @bodebrown (PR), @ekautcervejaria (PE), @cervejariadadiva (SP). Tudo indica um repeteco na tarde/noite derradeira. PS.: Se segura Festival Brasileiro da Cerveja que de 2018 você não passa. . . . . . . . . . . #mondialdelabiererio #cerveja #cervejaartesanal #beer #craftbeer #beerlover #hoplover #beerporn #aquisebebe #craftbeerlover #instabeer #cervejabrasileira

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- Uma das atrações desse Mondial foi o retorno da Seasons, que formou um cinturão gaúcho ao lado da Maniba, Suricato e outras dez fábricas que estavam no Sebrae-RS. Outro ponto obrigatório foi a catarinense Lohn (meu estande preferido do Mondial). Além delas, as paulistas Dádiva, Daoravida e Blondine, a pernambucana Ekaut (muito elogiada), as mineiras Antuérpia, Backer e Fürst, a gaúcha Leopoldina, a paranaense Way, entre outras, ajudaram a dar um sabor especial ao festival, com rótulos que não chegam regularmente no Rio.

- Uma das reclamações que mais escuto é a de que de mundial o Mondial tem muito pouco. Não teve Petit Pub neste ano, o bar que vendia rótulos importados exclusivamente para a festa. Algumas gringas estavam representadas, como as americanas Founders e Brooklyn, a britânica Fuller's e a belga Delirium. As que citei eram marcas estrangeiras foram mais expostas, mas, em geral, elas costumam ficar "escondidas" em importadoras e atraem menos a atenção do público. Para as próximas edições, o Mondial podia retomar um pouco do lado internacional.

- Dona de um dos estantes mais populares dos festivais passados, a Tupiniquim não estacionou neste ano seu caminhão e aquela grande quantidade de torneiras por um preço sempre em conta. Eu fiquei especialmente sentido por ter sido justamente em um ano em que foram lançadas tantas cervejas bem recebidas pelo mercado. Mas é uma opção que só quem toca o negócio pode fazer. Vale lembrar que eles levaram a medalha de platina do evento, com a Passione, uma quadrupel envelhecida em barris de carvalho feita em colaboração com a Noi (a outra platina ficou com a Colorado Guanabara). Outras ausências no ano foram a Mistura Clássica e a Trópica.

- Eu não sou da turma que fica vendo os shows, mas me parece que os dois palcos montados foram sucesso de público. As opções de comida também me pareceram fartas e variadas. Muita gente reclamou de filas para recarregar o cartão e ir ao banheiro, o que acho normal em algum nível. Quem vai a grandes shows ou jogos de futebol sabe que algumas filas são inevitáveis. O problema que me pareceu pior foi a falta de troco na devolução do R$ 5 de caução pagos pelo cartão do evento, o que aconteceu no primeiro dia.

- O pior dos problemas: o fatídico copo com medida errada na menor dose e as posteriores respostas vazias. Os 125ml indicados tinham, na verdade, 100ml. O erro foi descoberto por frequentadores após o primeiro dia e, na minha opinião, a resposta da organização do evento não foi boa. A primeira nota iniciou um jogo de empurra em que a Fagga/GL Events culpou a fornecedora dos copos, não indicou se haveria reparação do prejuízo de 20% de quem bebeu a menor dose e, para piorar, nem sequer pediu desculpas. Foi uma tremenda bola fora para um gigante francesa do setor de eventos no mundo. Embora também ruim, a resposta da fornecedora de copos Cisper ("a decoração indicativa dos copos na segmentação industrial é uma referência indicativa e não uma especificação técnica") é irrelevante para o público. A relação de serviço adquirido pelo público é com o Mondial, não é com a fornecedora.

- Quem esteve na quarta-feira deve procurar o evento para ser ressarcido através da página oficial no Facebook ou pelo e-mail [email protected]. A solução foi encontradas pouco mais de 24 horas após o problema ser detectado.

- Muito expositores reclamaram que ficaram com prejuízo devido ao erro. Como a marca de 125ml estava errada, as cervejarias eram obrigadas a ultrapassar bastante da marca ao servir os chopes. Com isso, acabavam perdendo mais de 25ml por copo servido, o que, durante um evento de cinco dias, faz uma grande diferença. Há também uma reclamação aos expositores, alguns com mudanças de preços para cima, como a Bodebrown, que anunciou preços apenas para doses de 300ml e, no evento, passou a oferecer 125ml pelo mesmo valor.

- Neste ano, por sinal, a impressão geral foi de que se pagou mais para beber do que em edições anteriores. Não tenho dados para confirmar a afirmação, mas compartilho desta impressão.

- Vários expositores reclamaram do preço alto por metro quadrado, da margem por venda cobrados pela organização e de problemas na comunicação com quem toca o evento. São reclamações importantes, mas que escuto a cada edição da festa. No ano seguinte, a maioria das marcas volta como expositor. Imagino que, fazendo as contas, a participação no Mondial ainda vale a pena para esses. Não tenho essa informação, mas talvez seja esse o motivo de algumas ausências desta edição.

- Mesmo escrevendo várias matérias sobre o evento, eu fico um pouco confuso com o excesso de informações por todos os lados. Acho, e só acho, que os armazéns poderiam ser dividios por setor, com um totem explicando o que tem naquela área. Talvez mapas resolvessem. Eu criaria uma altura máxima os estantes também. Os maiores acabam escondendo os que estão ao lado ou atrás.

- Além das cervejas, a grande novidade foi a presença de caixas de som em vários estandes. Não sei afirmar se era uma coisa programada, mas, como bom carioca, não vejo problema com atrações espontâneas. Nas primeiras noites, o funk rolou no estande da Colorado. No sábado, a Backer fez um baile funk ainda maior, que se estendeu até o balcão da Noi e que parecia de fato uma boate. No último domingo, vários expositores repetiram a fórmula. Quem preferiu a calmaria não teve problema, era só escolher quem não estivesse fazendo bagunça.

- Apesar dos problemas, o balanço me parece bem positivo. O primeiro ponto que listei, da grande presença de um público diverso, dos iniciantes no mundo das cervejas aos mais experientes, é o principal fator para a minha opinião. Nenhum festival, festa ou feira consegue ter um impacto tão significativo na vida do Rio - e não estou falando apenas dos cariocas que já consomem cerveja artesanal. No geral, as pessoas com quem conversei saíram empolgadas do evento.

Dito isto, vamos curar essa ressaca para voltar muito em breve aos bares cariocas.

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